sábado, 9 de julho de 2011

Ansiedade.



Texto retirado da revista Mente & Cérebro, ed. 218, março 2011.

Pelo prisma da ansiedade
Esse sentimento nos faz priorizar as informações negativas e examiná-las de forma detalhada
por Antonia P. Pacheco Unguetti


Não é preciso ter depressão para acordarmos numa manhã qualquer e, sem motivo específico, nos sentirmos sem esperança no futuro e incapazes de lembrar eventos gratificantes. Uma simples falta de ânimo já é o suficiente para acionar uma espécie de filtro que faz nossa mente captar e recordar apenas informações negativas. É dessa forma que a ansiedade atua: direcionando a atenção para estímulos específicos (em geral negativos).
Para compreender se ela é um problema, é preciso observar como se manifesta. Há diferença entre ficar ansioso diante de uma situação que representa ameaça real e ter esse sentimento como um traço de personalidade. No primeiro caso, ela é normal e saudável, pois cumpre uma função adaptativa essencial para a existência. A ansiedade nos incita a focar toda atenção naquilo que nos preocupa em um momento específico, mantendo-nos alertas para que possamos nos prevenir de consequências que podem ser prejudiciais.


Pessoas com transtorno de ansiedade, no entanto, tendem a se fixar com frequência em informações irrelevantes. Chegam, por exemplo, a observar um mesmo ambiente repetidas vezes, à procura de estímulos ameaçadores que, uma vez localizados, são evitados e controlados com dificuldade. Elas interpretam informações de maneira desfavorável e são mais suscetíveis a pensamentos negativos. Esse comportamento interfere em praticamente todas as áreas de seu cotidiano.


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