segunda-feira, 13 de maio de 2013

Don Juanismo - Um desvio sério de caráter



A psicologia descreve o don juanismo como um traço de personalidade que leva ao desejo incontrolável de seduzir. Seu prazer é conquistar e enamorar pessoas difíceis; mas, uma vez seguro da conquista, parte para outra.

Todo aquele que possui esse tipo de caráter não se apega a ninguém, está sempre procurando novos “desafios”, que são uma compulsão permanente. Pessoas assim lançam mão de qualquer expediente para conquistar, mas os sentimentos alheios são o que menos importa para elas.

De acordo com a psiquiatria clínica, alguém que despreza o sentimento alheio, soma critérios para o diagnóstico de sociopatia ou personalidade anti-social. Para o Don Juan, o instante de prazer que o triunfo lhe traz é o que interessa.

Algumas situações que possam parecer proibidas chamam bastante a sua atenção como: o possível relacionamento com uma pessoa casada, ou uma irmã ou filha de um grande amigo. Mulheres religiosas e devotadas são vítimas de suas estratégias de sedução. Aqui, a disputa passa a ser diretamente com Deus. O portador da síndrome de Don Juan ignora a moral, mas se preocupa em mostrar justamente o contrário.

Para o portador da síndrome, a conquista amorosa tem ares de divertimento e competição. É comum, muitas vezes, convidar amigos para apostas sobre sua competência em conquistar uma ou outra pessoa. Alguns trazem listas com as relações de mulheres conquistadas, como se fosse um troféu.

Na opinião do filósofo David Kaplan, uma pessoa com a síndrome de Don Juan tem significativos sentimentos homossexuais. Já de acordo com Thiago de Almeida, psicólogo e pesquisador da USP, especialista em relacionamentos amorosos, as atitudes dom juanescas somente existem em decorrência da existência de suas vítimas. “O Don Juan somente granjeia sucesso passando-se por príncipe (ou princesa) encantado(a), enquanto houver pessoas em busca de consortes encantados”, diz o especialista.

Thiago explica também que o mito de Don Juan pode representar um ideal masculino e, em alguns segmentos culturais, também um ideal feminino. O psicólogo deixa claro que a conquista como reforço da auto-estima pode, durante alguns momentos da vida ou em certas circunstâncias afetivas, ser eficiente.

“Entretanto, estruturando-se a personalidade, a atitude conquistadora tende a desaparecer mais cedo ou mais tarde. O Don Juan nunca é uma pessoa absolutamente normal, trabalhadora e submetida às angústias do cotidiano como qualquer um; nunca é uma pessoa que sofre as limitações costumeiras da falta de dinheiro, do tédio da monotonia da vida e coisas assim”, observa.
Segundo Thiago, o papel do Don Juan é excêntrico e exótico, pois esse personagem é de fato aquele com que as mocinhas sonham. O pesquisador esclarece que a pseudo-impressão que se tem a respeito da figura do Don Juan contemporâneo, é que, assim como é bem sucedido(a) nas conquistas amorosas, também deve sê-lo em relação aos demais aspectos de sua vida.

“Apesar de essas pessoas dominarem muito bem a arte da conquista do sexo oposto, elas não costumam ter a mesma habilidade em outras áreas da atividade humana; ocupacional, empresarial, estudantil ou mesmo familiar”, revela.

O psicólogo evidencia que a trajetória da vida de uma pessoa que sofre da síndrome de Don Juan nem sempre resulta num final satisfatório. Ele explica que as pessoas com esse perfil de personalidade acabam por não se fixar em nenhuma companhia mais seriamente. Thiago lembra que, pelo fato de essas pessoas não constituírem família, acabam se aborrecendo quando constatam que não têm mais facilidade para conquistar pessoas de idade muito inferior à sua.

“O que acontece é que muitas vezes acabam ridicularizados por essas tentativas totalmente fora do contexto. Além disso, podem atravessar períodos de grande angústia na maturidade, quando se dão conta de que todos seus amigos estão casados, têm família e eles já não podem desfrutar de tantas companhias do sexo oposto como antes”, conclui o pesquisador.

Autor: Agência Unipress Internacional/Nilbe Shlishia

2 comentários:

  1. Olá!

    Boa noite!

    Acabei de ler vários artigos e este texto após procurar o seguinte tema no Google:

    "Não consigo amar e me desinteresso facilmente."

    Achei os conteúdos que falam disso e gostaria de compartilhar com vocês como eu sou.

    Asseguro-lhes que chega a ser um inferno. Eu tive um relacionamento amoroso há mais de cinco anos e foi o único que eu posso dizer que amei.

    O resto todos, TODOS, eu caí fora pois não consigo amar as pessoas. E não é verdade que eu não estou preocupado com os sentimentos delas... é justamente por me importar com os sentimentos delas que eu sumo!

    Vejam bem:

    Eu quero tentar sentir o amor. Aí vou lá e conheço uma nova pessoa. Tento me permitir e vou tentando conquistá-la e até que eu vou por um lado, vou por outro e gol, consegui conquistar. Porém é um gol que nem comemoro pois na hora eu me desinteresso.

    Li no wikipedia que as vezes a gente chega no ato sexual e as vezes a gente não sai nem do papo por eu ver que conquistei a pessoa só com o falar!

    Cara, e não é que eu não queira amar. Eu já passei com vários psicólogos e simplesmente eu não me interesso. Não acho o botão que fala: "Luiz agora vc está apaixonado"

    Infelizmente, meus queridos, isso ocorre não só na minha vida amorosa, mas também no meu trabalho, estudos, e até mesmo família! Tudo que eu consigo eu simplesmente me afasto... Dou por vencido. Entro para trabalhar e logo "desanimo".

    Eu juro...não é uma escolha! Eu simplesmente não tenho controle sobre meus sentimentos..

    Não concordo com perversão, nem psicopatia. Eu só não consigo saber o que é amar como as outras pessoas...

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    1. Não necessariamente seu caso tenha a ver com perversão, psicopatia como vc bem disse. Talvez esse seja seu mecanismo de defesa. Vc já fez análise? Procurou um psicanalista?

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