quarta-feira, 1 de junho de 2011

Psicose - Transtorno bipolar




O transtorno bipolar é uma das três formas existentes da psicose.
Transtorno bipolar= psicose maniaco-depressiva

A seguir trechos retirados da revista psique ed. 51 - 2010 sobre o assunto, tendo a visão psiquiátrica.

Por Eduardo Pondé de Sena

O trantorno bipolar do humor é uma doença crônica e recorrente, associada a altos custos econômicos e sociais, incluindo perda de produtividade, piora de qualidade de vida e suicídio. Anteriormente, o transtorno bipolar era considerado como doença de bom prognóstico, com boa recuperação entre os episódios. No entanto, cada vez mais tem sido observado que esses indivíduos sofrem de disfunções social, marital, ocupacional e cognitiva, mesmo quando se encontram, supostamente, recuperados.

Esta patologia usualmente se inicia entre os 20 e 30 anos de idade, mas cada vez mais se reconhecem casos em adolescentes e crianças, situação na qual o diagnóstico pode não ser fácil para o psiquiatra especialista na infância e adolescência. A doença pode começar por um episódio de depressão ou de mania. Na mulher, o sintoma inicial mais comum é um episódio de depressão; já os homens iniciam a doença, em geral, com episódio de mania.

O transtorno bipolar pode ser dividido em tipo I e tipo II, conforme os sistemas de classificação mais aceitos como os da Classificação Internacional de Doenças.

No tipo I, mais grave, são observados episódios de mania alternados com episódios depressivos e também períodos de relativa normalidade, denominados de eutimia. As fases maníacas ou os estados mistos (estados em que ocorrem sintomas de mania e depressão concomitantemente) não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem tampouco as depressivas por maníacas. Muitas vezes um indivíduo que teve o episódio anterior de mania pode vir a apresentar um novo episódio maníaco, e o mesmo é válido para depressão.

Em geral, os indivíduos com a sequência depressão- mania tendem a ser mais difíceis de tratar e podem particularmente responder mal ao Lítio, padrão-ouro no tratamento da enfermidade bipolar. Há casos de pacientes que terão em suas vidas mais episódios maníacos do que depressivos; alguns outros irão relatar um ou dois episódios de mania e inúmeras fases depressivas.

No transtorno bipolar tipo I, podem ocorrer sintomas como delírios e alucinações, tanto na fase de mania quanto na de depressão, podendo o diagnóstico ser confundido com o de outras doenças, como esquizofrenia. Se um indivíduo apresenta quatro ou mais episódios da doença em um ano ele é considerado um ciclador rápido.

No transtorno bipolar tipo II, ocorrem episódios depressivos e hipomaníacos, em geral de duração mais curta e menos frequentes do que as fases depressivas. Muitas vezes, o diagnóstico é difícil, podendo demorar cerca de 13 anos. A hipomania assemelha-se à mania, contudo é um quadro com menor intensidade sintomatológica. Muitos indivíduos com transtorno bipolar tipo II passam anos com um tratamento inadequado, utilizando antidepressivos (o que piora o curso da doença), ao invés de estabilizadores do humor.

Na hipomania, ocorrem hiper-reatividade, tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, atividade física, iniciativa, atividades prazerosas, libido/sexo, e impaciência. Por definição, a hipomania não se apresenta com sintomas psicóticos, não requer hospitalização e o prejuízo ao paciente não é tão grande quanto na mania.

A demora no diagnóstico do transtorno bipolar pode se dever a dificuldades de identificação dos episódios hipomaníacos (esse episódios podem ser tão breves com duração de 4 dias, por exemplo). O paciente, assim como seus familiares e amigos, podem considerar esses períodos de “maior extroversão” como normais e até desejáveis. Contudo, o não tratamento desses indivíduos pode, com o tempo, levar a prejuízos emocionais, morais e materiais para eles próprios e seus familiares.

A mania, por ser uma condição mais grave do que a hipomania, requer tratamento vigoroso, que deve ser realizado em local seguro, no qual o paciente não tenha estímulos excessivos. O objetivo principal, aqui, é o da resolução dos sintomas da forma mais rápida e segura possível. Os antipsicóticos podem acelerar a respostcelera respo a terapêutica na mania, quando associados a um estabilizador de humor. O uso de antipsicóticos atípicos (ou antipsicóticos de nova geração) tem sido, em geral, preferido.

Quando é recomendado hospitalizar o paciente

O tratamento do transtorno bipolar, de modo geral, depende da fase do episódio (ex: depressão, mania, estados mistos) e da sua gravidade. Sempre envolve o uso de medicamentos. Decidir em que local será o tratamento e sobre a necessidade de hospitalização são os passos iniciais.

O paciente em mania aguda deve ser hospitalizado se representar:

Perigo para si próprio: o indivíduo com episódio de mania aguda pode entrar em estado de exaustão, em função do descuido com sono e alimentação.

Perigo para outras pessoas: principalmente os indivíduos com sintomas psicóticos podem representar perigo para a integridade física de outros.

Total descontrole sobre seus atos: seu comportamento pode ser danoso para sua vida pessoal e profissional.


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2 comentários:

  1. QUAL DE MIM SOU EU...?
    Aqui, o poeta
    não é simplesmente
    um gênio do conhecimento
    dos sentimentos humanos
    Na verdade
    não há gênio
    (e nem conhecimento)
    o que se passa
    é que não passo
    a palavra
    a personagens,
    nem empresto a voz
    a ilustres heterônimos:
    dividem-se, em mim,
    dois pólos
    que não se comunicam
    não dividem o espaço
    Cada um,
    a seu tempo
    preenche-o completamente
    assenhoream-se
    dominam-no
    como se não tivera
    outro dono
    são pólos inconciliáveis
    incomunicáveis
    incompatíveis de gênio
    senhores de si
    e as vezes de mim
    me confundem
    são cheios de razões
    não sei o que sou
    são parasitas
    alimentam-se
    da minha consciência
    e só percebo
    que não são eu
    quando se vão.
    Mas... alternam-se
    tão rapidamente
    que nem tenho tempo
    de ser eu mesmo
    Eu? Desculpem-me:
    quem sou eu?
    Não sei...
    Só sei que não sou eles
    (mas também não sou eu...)
    pois no curto espaço
    de tempo
    em que se ausentam
    sou apenas
    o vácuo,
    vazio absoluto
    Deus, olha pra mim...
    e cura-me
    antes que julguem-me
    e condenem-me
    porque
    ninguém
    irá
    exorcizar
    o que não são
    possessões
    mas dualidades:
    euforia e medo...

    byclaudiochs - http://progcomdoisneuronios.blogspot.com
    .

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  2. Olá Claudio, gostei muito do seu modo de expressão, apesar de conter ao que parece angústia e dor

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