Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas sofrem depressão ou problemas mentais. O número é assustador. Apesar disso, o assunto é pouco debatido. Preferimos fingir que depressão não existe, que é culpa da falta de ocupação ou até mesmo desculpa para os problemas das pessoas. "Ninguém tem depressão quando está ocupado demais trabalhando", é o comentário mais popular sobre o tema.
Aproximadamente uma em cada cinco pessoas são atingidas pela depressão em algum momento da vida. Isso significa que o problema não está ao lado, ele está dentro das nossas casas, do nosso ambiente familiar. É preciso olhar com delicadeza para perceber os seus sintomas. Ansiedade, angústia e desânimo são apenas alguns deles. E, infelizmente, depressão mata.
Grupos em redes sociais reúnem jovens que fazem da automutilação uma prática corriqueira. Não que todos apresentem quadro de depressão, mas não podemos negligenciar a seriedade do problema. São sintomas evidentes de que algo está errado. Não é brincadeira ou "vontade de aparecer". Você se cortaria só para chamar a atenção de alguém?
O tratamento da doença demanda cuidado especial e existem no mercado mais de 30 antidepressivos disponíveis. Não é o bastante. Não quando o problema tem raízes sociais (ou gatilhos). Diálogo, amor, carinho e compreensão podem funcionar como ótimas alternativas aos medicamentos tarja preta. Mas, para isso, precisamos falar sobre depressão. Precisamos falar sobre jovens suicidas.
Enquanto permanecer no inconsciente coletivo a ideia de que depressão é só um fantasma, um mito, uma invenção moderna, fruto da psicanálise, as pessoas continuarão sofrendo. Em silêncio. Muitos tentam suicídio. Alguns, infelizmente, conseguem.
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/cade_o_futuro/2015/07/precisamos-falar-sobre-depressao---e-sobre-jovens-suicidas.html#ixzz3h6P0WIGt
Nenhum comentário:
Postar um comentário