quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Decepção

Basicamente, a decepção é consequência da expectativa, amiga da angústia e prima da frustração.
Já começo avisando que se você criou a expectativa de ler um texto dando dicas de como não se decepcionar na vida, então, pare de ler agora mesmo, pois irá… se decepcionar. Apesar de vivermos em plena era das “fórmulas mágicas para uma vida perfeita”, altamente fomentada pelo sistema midiático, é impossível viver imune a decepções.
decepção
“As expectativas são o que pensamos que deve acontecer como resultado do que fazemos, dizemos ou planejamos. E a decepção é inevitável quando as coisas não saem como planejamos. Esperamos sem nada fazer quando acreditamos no pensamento mágico, em nossas fantasias e desprezamos os dados de realidade. Você já se perguntou se suas expectativas são coerentes com a realidade? Talvez seja uma pergunta importante para explorar. Muitas vezes a realidade está muito distante de nossas expectativas, mas a ignoramos.” Rosemeire Zago – psicóloga junguiana.
A decepção – sentimento de, é uma resposta emocional diante do fracasso da expectativa não alcançada, da esperança e/ou até da (falsa) certeza de um determinado resultado não concretizado. Porém, este sentimento pode desencadear um grande estresse psicológico, afinal, este é uma reação natural, uma resposta, uma tensão gerada pelo organismo diante de uma determinada situação, real ou imaginária, que ameace perturbar seu equilíbrio interno. Ele ocorre quando há necessidade de se lidar com ocasiões que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. (Leia o meu texto completo sobre estresse aqui.)
Toda condição emocional de desprazer gera a sua dose de angústia, geralmente ocasionada enquanto o resultado do conflito entre o real o imaginário, trazendo consigo a frustração.
Como cada ser humano é único e singular, há indivíduos que se recuperam com maior facilidade junto à decepção, outros nem tanto. Esta capacidade surge lá atrás, na infância, o grande esteio para as nossas condições comportamentais. Vivenciar certas experiências negativas nesta fase prepara o sujeito para a sobrevivência futura e claro, também para as mais diversas decepções que inevitavelmente encontraremos ao longo da vida.
Se você chegou até aqui, reflita sobre as sábias palavras da psicanalista Alessandra Sartori: “Somos como Narcisos e o espelho das águas tem refletido dor e sofrimento. Mas viver objetivando realizar nossas expectativas de forma a fazer com que esse mundo ‘perfeito’ que criamos se torne realidade, além de ser impossível, é aprisionante. Temos que conciliar aquilo que gostaríamos de ser com aquilo que somos e buscar identificar e relacionar nossas possibilidades considerando o desejo com a realidade. Essa conciliação não nos traz plenitude, mas certamente é muito mais flexível. Permite-nos melhorar, seguir novos caminhos e arriscar.”
Quer uma dica? Aceite, que dói menos. Sempre é tempo de mudar, desde que realmente se queira. Se você não sabe lidar com a decepção, procure um psicanalista.
Grande abraço,
 https://anacruzoficial.wordpress.com/2014/07/11/decepcao/

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