sábado, 4 de junho de 2011

MITOMANIA - compulsão




REPORTAGEM TRANSPOSTA DA REVISTA PSIQUE ED.61 - 2011

Compulsão = neurose obssessiva compulsiva
A eloquência da mentira
A MITOMANIA é uma tendência patológica relacionada ao hábito de mentir. O mitômano, diferente do mentiroso, cria suas histórias verossímeis e muito bem construídas, a fim de suprir alguma necessidade interior

Por Andrea Bandeira

A Pseudologia fantástica, mitomania ou mentira patológica são termos utilizados por psiquiatras para definir o comportamento habitual do mentiroso compulsivo. Esse comportamento foi descrito pela primeira vez na literatura médica em 1891, pelo psiquiatra alemão Anton Delbrueck. Mentira patológica pode ser definida como a falsificação totalmente desproporcional para qualquer finalidade em vista, que pode se manifestar ao longo de um período de anos ou durante toda a vida.

Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos, ou mitômanos, estão relacionadas aos assuntos específicos, porém podem ser ampliadas e atingir outros assuntos, em casos considerados mais graves.

Justamente por não possuírem consciência plena do que se passa com eles, os mitômanos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo que falta em suas vidas. É considerada uma doença grave, necessitando que o seu portador obtenha grande atenção por parte dos amigos e familiares.

Mentira na infância

A teoria de Dupré repousa em um postulado básico: a infância corresponde a um estado primitivo da vida, no qual a imaturidade siológica produz uma imaturidade mental, comparável a certo grau de debilidade. Em outros termos, na criança, a mentira é uma constante de natureza quase siológica. Segundo Dupré, todas as crianças mentem habitual e naturalmente. Essa característica só assume um caráter patológico em alguns casos. “Pode ser considerada patológica quando leva a uma necessidade de repetição”, explica o professor Philippe Jeammet do Institute Mutualiste Montsouris, em Paris. Ainda de acordo com o professor, o mitômano sempre sabe, no fundo, que o que ele diz não é totalmente verdadeiro.

“Na mitomania, a mentira é uma finalidade em si”, salienta o professor Jeammet. “Esse distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente.” A criança inclinada à mitomania e que constata que sua mentira é entendida como verdade, de acordo com os psiquiatras infantis tem um sentimento de prazer e de poder que pode facilmente incitá-la a recomeçar.

Outras consequências
Ao serem expostos, os casos de mitomania tornam-se vergonhosos. Todavia, os mitômanos que buscam ajuda por vontade própria, pedindo a seus familiares e principalmente aos seus amigos, são considerados extremamente raros, pois eles conseguem perceber que estão sofrendo de um mal e desejam, acima de tudo, curar-se. O papel dos companheiros se torna extremamente importante na vida do indivíduo doente, já que eles que irão indicar os pontos e erros.

O indivíduo, ao não obter o apoio necessário ou ao ser recusado naquele grupo que participava, acaba por ser excluído de seus gostos e se vê sem aquilo que ama e deseja. Casos comuns demonstram que mitomaníacos envergonhados de si, pelo porte de sua doença, infligem-se o óbito quando abandonados por um parceiro, que não compreende a sua doença e o abandona, não acreditando na possibilidade de uma cura ou não restabelecendo os laços afetivos de antes.

O mitômano, principalmente aquele que reconhece sua doença e é abandonado por quem o rodeia, tende a apresentar piora no quadro, acarretando desejos inconstantes, profunda melancolia, depressão e desejo de suicídio. Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas, vistas pelos portadores da doença como realidade. O mitômano geralmente acredita em sua própria história e a toma como fato. Essa característica faz que ele afirme um falso acontecimento com tanta certeza, que acaba por convencer seu ouvinte. Com o tempo, é natural as pessoas que rodeiam um mitômano perceberem a mentira. Porém, mais importante do que identificar a ação repetida de mentir, é reconhecer este ato como uma doença patológica.

Diferenças importantes
Podemos dizer que o discurso do mitômano é muito diferente daquele do mentiroso ou do fraudador, que tem finalidades práticas. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo ela apenas um meio para outros fins. Para os mitômanos, a mentira é uma forma de consolo por algum motivo criado em sua mente.

Esse distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente que está muitas vezes unida à angústia profunda, ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e à depressão.

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